A experiência de estar vendada faz com que as pessoas tenham mais percepção de como é a realidade de pessoas cegas. São poucos minutos que a pessoa fica dentro do Túnel Sensorial, mas quando elas saem é perceptivo como conseguiram entender os desafios que os deficientes vivem diariamente. E foi essa realidade que as pessoas sentiram neste domingo, 24 de novembro no Shopping Rio Poty.
Nayara Figueiredo é advogada e professora universitária. Ela no mês de janeiro passou por uma cirurgia nos olhos em que ficando 24h sem poder enxergar. “Vivenciei isso na minha vida real. E essa experimento me retomou aos sentimentos que eu senti. É tão incrível como nós, que temos os cinco sentidos funcionando perfeitamente, não damos tanto valor. A partir do momento que nos é privado a possibilidade de enxergar, começamos a entender que o mundo vai muito mais além. Percebemos que tem outros sentidos que nos ajudam a vivermos uma vida normal. No entanto, mesmo sabendo disso a gente acaba também não dando tanto valor a nossa vida e não temos noção do quanto as pessoas que não podem enxergar podem passar por dificuldades e apesar de hoje a tecnologia ajudar bastante não há muitas políticas públicas ajudando na inclusão dessas pessoas com deficiência visual”, afirmou a advogada.
A advogada lembrou que sua avó ficou cega aos 60 anos de idade e viveu, sem enxergar, por mais de 30 anos. “Eu tive dentro da família um exemplo disso de superação de uma mulher que costurava, cozinhava e que mesmo sem a visão ainda conseguiu manter as suas atividades enquanto foi possível”, comentou Nayara Figueredo.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí – Crea-PI, Ulisses Filho esteve presente e participou do Túnel Sensorial. O presidente explicou o que a instituição tem feito com a acessibilidade no Estado. “ O Conselho Federal de Engenharia defineu um grupo com a temática de acessibilidade. Estivemos agora em Parnaíba fazendo um trabalho de vistoria da rodoviária até a praia, vendo a dificuldade que não tem acessibilidade nesse trecho”, disse.
Para Ulisses Filho, participar da experiência foi "um momento que fiquei assombrado. Não poder enxerga nada, você começa a ter dificuldades em mobilidade. Esse é o grande impacto inicial. Você não consegue imaginar isso na vida normal, no seu cotidiano. Precisamos ter a compreensão para conviver juntos, é necessário que exista formas de adaptar condições para a realidade das pessoas cegas e com baixa visão", disse o presidente.
O Túnel Sensorial esteve presente no na 4ª edição da Feira de Engenharia e Tecnologia- Fengetec organizado pelo CreaJr-PI com apresentações de cerda de 50 projetos.
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