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“A dificuldade que encontrei foi não saber por onde ir", identificou Nice Formiga.


Dois alunos vendados com a marca do Projeto Mulheres de Visão, usando fone de ouvido.
Dois alunos vendados com a marca do Projeto Mulheres de Visão, usando fone de ouvido.

Já pensou em fazer todas as suas atividades diárias sem ver? Os alunos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí, fizeram este experimento na tarde desta segunda, 07 de outubro, durante a intervenção do Projeto Mulheres de Visão. A atividade contou com o Túnel Sensorial criado especificamente para o projeto.

Uma mulher têm muitas atividades durante o dia: acorda cedo, dá banho nas crianças, prepara o café, deixa os filhos na escola, isso só na parte da manhã. Mulheres cegas, também passam por todos esses momentos, a diferença é que os obstáculos são maiores, mas isso não as impedem de realizar todas as suas atividades. No Túnel Sensorial as pessoas são convidadas a serem vendadas e sentirem um pouco da realidade das pessoas com deficiência visual.


Professora Nicia vendada participando do experimento sensorial
Professora Nicia vendada participando do experimento sensorial

A primeira a entrar no Túnel e vivenciar a experiência foi a diretora do Centro de Tecnologia da UFPI, Nícia Formiga, que falou das dificuldades e de como alguns sentidos são aguçados. “A dificuldade que encontrei foi não saber por onde ir, como passar, como caminhar. Nos surpreendemos ao tocar em determinados locais e texturas que não estamos acostumados pela nossa vivência do dia a dia”, avaliou a professora.


Andressa Mota , aluna do curso de arquitetura vendada participando do Túnel Sensorial
Andressa Mota , aluna do curso de arquitetura vendada participando do Túnel Sensorial

Andressa Mota, estudante do primeiro período do curso de arquitetura, comentou que queria tentar entender a perspectiva de pessoas que têm deficiência e arriscar-se a ver de outra forma. “A percepção é essencial para todo mundo, além de tentar entender o outro, mas também para termos a noção que as coisas são diferentes para todo mundo. Até mesmo para as pessoas que veem, pois vemos de modo diferente”, explicou a acadêmica.

As mulheres que participam do Projeto Mulheres de Visão, estiveram presentes na intervenção, onde conversaram com os acadêmicos e docentes da universidade. No diálogo a professora Nícia perguntou sobre os pisos táticos, se eles ajudam realmente ou não. “Quando entramos no túnel percebemos a diferença de textura e nos surpreendemos quando pisamos em pedregulhos ou nas folhas e ou em outras coisas”, descreveu.


Solange falando no microfone para os alunos do curso de arquitetura do UFPI
Solange falando no microfone para os alunos do curso de arquitetura do UFPI

Solange Marques, participante do projeto respondeu que os pisos deveriam ser mais largos e que já passou por experiências que o piso não levava a lugar algum. “Ele deixa um pouco a desejar. Tem locais que ele é muito estreito, que dá pra passar só um pé. Tenho uma colega que machucou a testa duas vezes pois o piso levava a uma janela. Eles deveriam ser mais largos e para que tenhamos a dimensão dos pés e ficar mais um pouco de lado, se você inclinar para um lado ou outro você não corre o risco de sair do piso tático”, constatou.


Professor Iraildon conversando com os universitários na UFPI
Professor Iraildon conversando com os universitários na UFPI

Professor Iraildon Mota, presidente da Escola Comradio e do Instituto ILEVE falou da relevância da acessibilidade. “Vocês que estudam arquitetura e os professores que ensinam têm um papel muito significativo na sociedade. E de tudo que temos feito no projeto, vai em algum momento passar por alguns de vocês, pois, o que queremos é respeito e se tivermos respeito na arquitetura como a acessibilidade de uma rampa que seja adequada, vamos fazer com que todos nós tenhamos o mais importante em nossas vidas e na vida em sociedade que é ser cidadão” expressou o professor.

O Túnel esteve a tarde toda no Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Piauí, onde os alunos os calouros, veteranos e professores participaram do Experimento Sensorial. A ação do Projeto será levada para outros locais da cidade.

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